Mesa Contemporânea – Festas propõe imersão sensorial com degustações e narrativas da gastronomia amazônica
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
A Galeria do Largo, no Centro de Manaus, recebeu, na noite de sexta-feira (12/12), a 2ª edição da mostra Mesa Contemporânea Amazonense – Festas, um projeto que transforma a gastronomia em linguagem artística e cultural. A iniciativa reuniu chefs, cozinheiros e cinco espaços gastronômicos da cidade, promovendo uma imersão sensorial que conectou sabores, memórias e identidades amazônicas.
Com direção artística de Cristóvão Coutinho e Adroaldo Pereira, a mostra foi realizada pela Associação Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. A proposta celebrou o alimento não apenas como sustento, mas como elo afetivo e simbólico entre passado, presente e futuro.
Nesta edição, participaram da exposição os espaços Angatu Café, Engenheiros do Café, Farrapo Cozinha, Lukluth’s Delícias Regionais e o Restaurante Terezinha, cada um apresentando sua leitura sobre a gastronomia amazônica, conectando saberes ancestrais às linguagens contemporâneas da cozinha.
Além das fotografias, vídeos e da mesa-instalação, o público também pôde experimentar pratos e sabores apresentados pelos expositores, o que ampliou a vivência da mostra. As degustações aproximaram visitantes dos ingredientes regionais e das técnicas utilizadas, transformando o ato de provar em parte fundamental da narrativa proposta pelo projeto e reforçando o caráter sensorial da experiência gastronômica.
FOTO: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
A participação do Angatu Café marcou o primeiro ano do espaço na Galeria do Largo dentro do Projeto. Para o gerente operacional do restaurante, Emanoel Fernandes, o convite representou a oportunidade de apresentar ao público a riqueza dos sabores amazônicos por meio de ingredientes emblemáticos da região.
“É o primeiro ano participando aqui na galeria, a convite do Cristóvão Coutinho e do Adroaldo Pereira. A gente tem uma imensa satisfação de trazer o Angatu para essa exposição e mostrar um pouco da culinária amazônica, com ingredientes como tucumã, banana, tapioca, farofa, pastel de pirarucu e a geleia de cupuaçu, que acabou conquistando muito o público jovem”, destacou.
E o Farrapo Cozinha apresentou uma proposta de gastronomia contemporânea que dialoga com as tradições locais. O chef e proprietário, Rafael Verdugo, ressaltou a importância de integrar a mostra e de estar ao lado de outros espaços que valorizam a cultura gastronômica da cidade.
“Participar da Mesa Contemporânea Amazonense é um grande prazer, porque mostra que estamos entre restaurantes que respeitam a cultura da nossa cidade. A nossa proposta de gastronomia contemporânea traz reflexos tradicionais da cultura amazônica, com uma estética mais voltada para o fusion food, sem perder a identidade”, afirmou.
FOTO: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Rafael também destacou que o convite reforça o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo restaurante e a conexão com o público.
“A ideia da cozinha aberta e dessa estética mais urbana, boêmia, aproxima quem produz de quem consome. Estar aqui, ao lado de nomes importantes da gastronomia local, mostra que o trabalho que a gente vem fazendo está sendo visto e valorizado”, completou o chef.
A direção artística da mostra explica que o projeto nasce do desejo de aproximar arte e gastronomia. Segundo Cristóvão Coutinho, a curadoria busca apresentar ao público diferentes leituras da cozinha amazônica, respeitando a diversidade de propostas.
“A Mesa é um projeto que chega à sua segunda edição e sempre convida cinco espaços gastronômicos da cidade. A intenção é fazer uma exposição que une arte e comida, apresentando lugares que trabalham com ingredientes amazônicos, seja numa cozinha mais regional, nativa ou até gourmetizada”, explicou.
FOTOS: Aguilar Abecassis/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Cristóvão também destacou que, embora o conceito central se mantenha, cada edição busca aprimorar a experiência do público.
“O conceito é sempre o mesmo, mas a gente melhora a experiência, especialmente na expografia e na mesa-instalação, que é onde conseguimos unir de forma mais intensa a arte com a comida, criando um processo criativo diferente em cada edição”, concluiu.